domingo, 23 de novembro de 2014

D.Afonso Henriques... do sangue vermelho ao sangue azul!

Quem foi o primeiro "REI DE PORTUGAL"?

Já todos respondemos a essa pregunta... mas será que sabemos realmente quem foi?
Sabemos o seu nome, suas vitorias bélicas, e toda parafernália que serve para divinizar a imagem de um homem que pode ser heroi, santo e o pai da nossa pátria, mas se olharmos com olhos de ver, também foi um assassino despiedado e sanguinario.

Afonso Henriques

Mas a historia que quero contar, nada tem a ver com batalhas ou território,… não… esta história é mais mundana, é a parte mais humilde, a parte mais escondida da história daquele que afinal, era apenas um homem.
Já correram rios de tinta para contar esta história, e correram outros tantos para a desmentir.


Ano de 1109, cidade de “VIMARANIS”(fundada por Vimara Peres)
Os gritos que ecoam no castelo encontram um choro que silencia todas as redondezas…
-“O pequeno senhor já nasceu!”
Quanta desilusão nos olhos de uma rainha, nos olhos de uma mãe, ao ver que seu filho tinha nascido diferente, aquele que algum dia iria dominar todo um reino, tinha nascido com claras deficiências físicas. O pequeno príncipe, nasceu raquítico (pesava um quilo e trezentos), sofria de lábio leporino, era estrábico em último grau e exibia várias malformações entre as quais a atrofia dos órgãos reprodutores e a ausência de um pulmão. Era um gebo.
Prontamente tentaram achar uma solução, a medicina mais eficaz naqueles tempos era a fé e a bruxaria. Os Reis podiam optar pelo ponto intermédio.
Decidem enviar o recém-nascido para a estação termal de Flavia-Augusta(Chaves), confiante no poder milagroso de tais águas. O Conde D. Henrique envia juntamente o seu braço direito, o seu fiel conselheiro e amigo… Egas Moniz, que se tornaria AIO do pequeno Afonso. 
Naquele tempo, demorava-se quase três meses a ir de Guimarães a Chaves em carros de bois, as limusinas da altura. Era preciso passar rios e ribeiras sem pontes e os caminhos eram miseráveis. Ao atravessarem a serra do Marão, o pequeno Afonso, já de si de fraca saúde, contraiu uma pneumonia.
Por essa altura a caravana de Egas Moniz cruzara-se com um pastor de cabras, um cabreiro, ao que consta, de perto de Vila Pouca de Aguiar e reparou no filho deste. Um rosado, forte e saudável bebé pouco mais velho que o tísico e agora irremediavelmente doente Afonsinho do Condado e, curiosamente, com traços fisionómicos semelhantes aos do filho do Conde D. Henrique. Na mente do Aio começou a germinar o plano B.
Egas Moniz concluiu que o Afonsinho já não se podia safar. Abreviou-lhe o sofrimento apertando-lhe o fino pescoço e deixou ficar o pequeno cadáver.
O filho do pastor  foi então o substituto do mal logrado príncipe!
A viagem continua para Chaves onde chegaram algum tempo depois, iniciando a educação do menino serrano e parolo com vista a ensinar-lhe os hábitos da corte. Ficaram em Chaves quase quatro anos, mandando raros recados para o Paço de Guimarães, anunciando aos pais do cachopo, as milagrosas melhoras devidas, naturalmente, às águas termais de Chaves.
O certo é que, quando chegou a Guimarães o novo D. Afonso Henriques já exibia uma estatura e desenvoltura física fora do comum. Nem o pai com cerca de metro e meio de altura, como se pode verificar na sua sepultura na Sé de Braga, nem a mãe, ainda mais pequena, acharam estranho terem um filho que aos treze anos já tinha um metro e oitenta e tal e numa época em que a média de altura do pessoal não atingia sequer um metro e sessenta.
Consta que este,  Afonso Henriques já tinha pelos no peito aos onze anos. Era valente e forte mas, o carácter é que era igualzinho ao do verdadeiro pai, o pastor  de V. Pouca de Aguiar, conhecido pelas suas tendências para o jogo, mulheres, vinho e gosto por cenas de pancadaria.

Esta é a origem do homem que mais tarde nos daria uma pátria!
Pelo menos é uma das muitas versões...

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